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24 de jan. de 2011

Seminário em Boqueirão constata potencial da agricultura familiar para abastecer PNAE no Cariri oriental


A agricultura familiar apresenta todo o potencial para abastecer, gerar segurança alimentar e, como parte dessa dinâmica, abastecer os programas do Governo Federal de Aquisição de Alimento(PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar(PNAE), reafirmando o que dizem pesquisas divulgadas no final de 2010 na qual esse segmento produz a maior parte dos gêneros agrícolas nesse país.
Essas são constatações conclusivas a que chegaram os componentes territoriais do Território de Desenvolvimento Rural Sustententável do Cariri Oriental, participantes do Seminário sobre as políticas do PNAE, reunião que aconteceu na última quarta-feira(19/01) na cidade de Boqueirão, espaço em que se discutiu as formas de organização que possibilitem a participação das famílias agricultoras dos municípios no Programa Nacional de Alimentação Escolar com entrega da diversidade dos produtos da agricultura familiar nos programas.
“Uma reunião como essa nos faz perceber a quantidade de pessoas que estão interessadas nessa discussão da base de comercialização, mas o que faz a gente ver mesmo se o agricultor tem produção ou não é quando a gente vai nos municípios, marca reuniões e os agricultores e agricultoras chegam juntos. Então eles não chegam somente dizendo que não tem produção, mas eles chegam dizendo: eu tenho produção, eu tenho queijo, eu tenho ovos, eu tenho coentro e como é que faço pra vender? Então isso nos faz ver quanto é rica a produção da agricultura familiar”, explica a representante do Casaco, coletivo responsável pelo processo de organização e participação das famílias agriculturas na entrega de produtos no programa, Célia Araújo.
“Os territórios estão discutindo, não só discutindo projeto, mas discutindo outras políticas públicas e o PNAE é uma das políticas públicas muito importante para o crescimento da agricultura familiar e nós estamos realizando, em todos os territórios da Paraíba, seminários para discutir a implementação do programa nos municípios, e aí estamos juntando associações, sindicatos, secretários de agricultura, secretários de educação pra que a gente possa discutir e implementar o PNAE nos municípios, fortalecendo,  organizando os agricultores, juntando as parcerias tanto dos municípios como das entidades públicas como bancos, assistência técnica através da Emater e de outras entidades que prestam assistência técnica com um só objetivo: fazer com que os agricultores e agricultoras familiares possam definitivamente está ofertando seus produtos para a merenda escolar nos municípios”, explica o articulador estadual dos territórios, Antonio Junio.
“Em algumas cidades que a gente já foi e outras que a gente conversou, eu acho que vai ser comprado mais do que os 30% porque tem prefeito que tem um compromisso maior, vai querer comprar muito mais que 30%, 40% ou 50% e tem cidade que hoje se o prefeito quiser comprar os 100% da agricultura familiar ele consegue”, relata o articulador territorial daquela microrregião, José Batista Filho, lembrando que alguns produtos não são produzidos em muitos municípios como é o caso do arroz vermelho que só tem sua produção no Sertão da Paraíba.
“Não é só no Cariri, em todo canto que você vai discutir PNAE você encontra, eu acho que está tendo trabalhos ao contrário, por isso que o MDA está fazendo esses oito seminários pra gente dizer: olha, existe potencial, a agricultura familiar é forte nesse país, 78% do que se produz nesse país vem da agricultura familiar, e por que a agricultura familiar não está vendendo para a merenda escolar?”, interroga o delegado federal do MDA, Antonio Alves, dizendo que essa é a razão estratégica para que o Ministério do Desenvolvimento Agrário esteja fomentando os seminários dentre outras discussões que envolvam os segmentos diversos de cada município contido nos territórios.
“Mercado sempre é importante, esse é uma janela que se abre, é um mercado, a gente tem que aproveitar com a possibilidade importantíssima de você puder ter a capacidade de aumentar o preço, nós vamos repassar um produto acabado, beneficiado , industrializado, mas o principal que nós enxergamos é que podemos aumentar a renda do produtor como aqui citamos que a gente já faz parte de um programa de governo que pagou o preço de leite a R$ 0,82 mas o mercado não remunera a R$ 0,82 e nós, diante da possibilidade que tem dentro do programa e um exemplo dele é a isenção de impostos, nós podemos transformar esse valor dessa isenção de impostos em valores financeiros para o produtor de leite, aquele que já é nosso fornecedor e que tem um excedente e a partir do momento que passar a fazer parte do PNAE, nós podemos transformar esse excedente dele no mesmo preço do programa do governo e assim remunerar melhor e automaticamente desenvolver a economia local de cada município e melhorar a vida do produtor que é o nosso papel”, explica o diretor da Coapecal, Cooperativa Agropecuária do Cariri, Marcelino Trovão de Melo, empresa que envolve pecuaristas familiares em diversas microrregiões do Estado da Paraíba.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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