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16 de fev. de 2011

Seminário apresenta propostas para fortalecimento da pecuária de Barra de Santana e região


Desenvolver políticas que fortaleçam a pecuária de Barra de Santana e região foi o que ficou determinado pelos participantes do I Seminário Regional de Convivência com a Cochonilha do Carmim que contou com participação de pecuaristas, agricultores e autoridades de municípios diversos do Cariri Oriental, Cariri Ocidental, Agreste e Curimataú da Paraíba além de segmentos das universidades, pesquisa, Bancos, extensão dentre outros.

O evento aconteceu na última quinta-feira(10/02) tendo como local o auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais daquele município quando foi apresentado a realidade de perigo pela qual passa a pecuária e a economia paraibana diante da inclusão da Cochonilha que vem dizimando os palmais de municípios de diversas microrregiões do estado com tradição na produção pecuária integrada a agricultura.
O coordenador da Defesa Agropecuária da Paraíba, Iramar Lopes Maciel, comentou que a iniciativa vem em boa hora já que a praga está em municípios vizinhos e, com as ações tomadas de forma antecipada, será possível fazer com que a economia da região não sofra nenhuma descontinuidade e garantiu que a Defesa Agropecuária vem tentando alternativas preventivas no sentido de criar condições de crescimento na economia regional. “A defesa agropecuária, seja na área animal, seja na área vegetal, ela é compreendida por ações, são ações necessárias que uma depende da outra. Veja só: como é que você pode iniciar o combate da cochonilha do carmim se você não tem o cadastro da propriedade, então é o primeiro passo e nós fizemos cadastro de propriedade, a partir daí nós fizemos um reconhecimento daquelas propriedades que estão em áreas de risco, aquelas propriedades que estão localizadas em áreas de rotas de riscos de trânsito de palma, principalmente da palma vinda de municípios já infestados, então é preciso realmente ter esse conhecimento, esse conjunto de ações”, explica Iramar, entrevistado de Domingo Rural e palestrante no evento falando sobre o perigo da praga e sobre as ações desenvolvidas pelo governo paraibano.
Paulo Siqueira é produtor das novas variedades de palma resistentes á cochonilha e, ao falar com Domingo Rural, disse que a iniciativa do STR de Barra de Santana com as parceiras deve ser seguidas pelos demais municípios da região já que a realidade da praga é irreversível e as medidas têm que ser tomadas de forma antecipada para evitar quedas frustrantes na economia de cada município. “Acho que é correta e que todos os municípios deveriam fazer esse tipo de evento para esclarecer e conseqüentemente sensibilizar as autoridades para que elas se responsabilizem também por essa mazela que chegou em todo o nosso território que, não  tenha dúvidas, a Paraíba já está toda contaminada, é questão somente de começar explodir e não tem como você conviver com a cochonilha senão plantando as variedades resistentes que já existem no estado”, explica o produtor ao dialogar com nossa equipe acrescentando que ele mesmo tem ampla quantidade para ser vendida aos produtores interessados.
Para o representante da Embrapa no evento, Heleno Alves de Freitas, a realização do evento e as propostas trabalhadas por componentes do fórum territorial nas discussões mostram o potencial que tem as entidades dos agricultores que agem de forma progressista em benefícios de sua categoria e garante que com a qualidade do evento ficará mais fácil desenvolver um trabalho de multiplicação das novas variedades por parte do governo estadual com parcerias locais, fazendo com que haja fortalecimento na cadeia que é uma das fortes geradoras de trabalho e renda no meio rural. “Eu acho que é função do estado fomentar a questão da distribuição de raquetes na formação de pequenos modelos em pequenas propriedades para os agricultores começar fazer suas sementes”.
Domingo Rural entrevistou o técnico da base de comercialização do MDA, José Eurivaldo da Silva, que falou da importância do evento para uma ampla discussão sobre a base alimentícia do rebanho na região numa dinâmica de diversificação de práticas que fortaleçam a  atividade caprina e bovina já que a cada dia a agricultura e pecuária tem mais alternativas de venda de seus produtos citando como exemplo o PAA, Programa de Aquisição de Alimentos e o PNAE, Programa Nacional de Alimentação Escolar enquanto mecanismos para a segurança alimentar e a geração de trabalho e renda. “Nós temos que ver exatamente alternativas para a base alimentícia da bacia leiteira, no caso o gado e a cabra pra vê como é que vai ser resolvido essa questão porque é difícil discutir PNAE, discutir desenvolvimento local no Cariri desconsiderando o gado, desconsiderando as cabras, os animais de um modo geral”, comenta Eurivaldo ao ser entrevistado por Stúdio Rural.
José Lacerda Barbosa, Zé de Cazuza, é agricultor pecuarista naquele município e disse que a realizade da pecuária regional começa a preocupar os produtores de toda a região em produzir sem uso da palma na ração animal, mesmo ele que tem a unidade produtiva ao lado do rio Paraíba. “Fica difícil, a gente tem um capim e eu também espero que essa água do São Francisco venha pelo rio Paraíba que a história é essa que vem e se chegar é uma alternativa muito boa”, explica aquele produtor dizendo que sem essa alternativa tudo ficará muito difícil e ao mesmo tempo lamentou pelo conjunto dos produtores que não tem suas propriedades em margens de rio e que dependem exclusivamente da palma forrageira. “Não existe outra ração que faça dar leite como a palma forrageira não, é a dobradinha palma forrageira e a torta de algodão e ela se acabando fica difícil a gente criar”.
Professor Anselmo é educador na Universidade Federal da Paraíba e produtor naquele município, disse que o evento foi importante porque dimensionou um problema que vem se arrastando em todos os municípios do Cariri. O município de Barra de Santana está contemplado, porém ainda não está com o problema, mas em breve deve chegar porque ela vem numa velocidade muito grande e aí esse encontro serve para alertar o produtor rural para que o problema existe e que o problema é real e que só temos uma solução que é variedades resistentes que hoje, graças á Deus, já existem em pelo menos quatro variedades resistentes a Cochonilha do Carmim”, relata o professor assegurando que na propriedade dele já está implantado variedades resistentes a exemplo da palma doce tradicionalmente trabalhada em toda a região.
O secretário de agricultura do município de Arara, Curimataú paraibano, Ricardo Medeiros, participou do evento já que é objetivo do executivo municipal e de pecuaristas da região incluírem a cultura da palma forrageira na base alimentar do rebanho que vem sendo de muita importância para a economia com os novos programas que estão surgindo a exemplo do PAA, Programa de Aquisição de Alimentos e PNAE, Programa Nacional de Alimentação Escolar além do mercado local que vem crescendo na aquisição dos produtos lácteos. “Estamos querendo fazer um experimento em nosso município pra poder através dos experimentos fazer uma multiplicação com nossos agricultores criadores para ver como vai ficar essa multiplicação em nosso município que já teve reuniões do conselho e está muito bom sobre o PNAE”.
Marcelino Trovão de Melo é componente da Coapecal, Cooperativa Agropecuária do Cariri, e disse que o evento cumpre o papel de alertar sobre a realidade vivida por municípios diversos no Estado da Paraíba, com uma diferença: o município está tomando providências antes que a praga esteja instalada nos palmais daquele território municipal. “Os ouvidos estavam bem abertos, não esperar a cochonilha chegar e também não só esperar e reclamar de puder público, de entidades. O produtor tem que fazer sua ação, claro que tem que ser parceiro os gestores públicos governo de estado, governo federal todos jutos pra facilitar a solução do problema, não ficar esperando, o ator principal disso é o agricultor”.
Para o vice-prefeito de Soledade e componente do Território do Cariri Oriental, José Bento Leite, foi um momento em que está se difundindo e evidenciando a necessidade de ampliar as discussões envolvendo mais representações municipais enquanto fórum de desenvolvimento territorial citando como exemplo o evento que aconteceu em Soledade(Clique e leia) e um outro evento que acontecerá no município de Queimadas no próximo dia 26. “É um grande mutirão que tem que ser feito, cada um fazendo sua parte, cada um fazendo o que pode, o que não é possível é ficar ninguém fora, todos têm que entrar, e um outro ponto importante nisso é divulgar para que o agricultor tenha consciência que não é um problema do visinho, é um problema nosso, é um problema de todos nós do Cariri, então agora não tem como ficar alguém de fora, é divulgar e eu espero que você com esse espaço de divulgação que você tem, faça chegar em todos os cantos do Nordeste essa informação de que é preciso buscar a palma alternativa resistente a Cochonilha do Carmim”, explica Bento Leite ao dialogar com Domingo Rural.
O deputado estadual Doda de Tião participou do evento e disse que estará com seu mandato a serviço da pecuária e agricultura regional e reivindicando do governo ações que fortaleçam a pecuária e economia das bacias leiteiras que tem na atividade a principal fonte de geração de trabalho e renda. “Eu irei batalhar, os produtores podem contar comigo que irei cobrar do governador, junto aos amigos da assembléia também para que possamos unir forças e pedir ao governador para que ele se empenhe, a Emater, a Emepa todo mundo se junte para entrar em campo o mais rápido possível”.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana, Paulo Medeiros Barreto, disse que o próximo passo será fazer um grande programa de multiplicação e distribuição de variedades resistentes a praga da cochonilha objetivando evitar prejuízos a pecuária e economia daquele município. “Primeiro passo a gente deu, a luta continua e agora com mais freqüência, é como eu disse no evento: nós vamos começar de agora por diante a articular cada vez mais reuniões mais aprofundadas com os produtores, chamando pessoas para dar palestras junto com o produtor e em seguida nós chamaremos outro evento para chamar a atenção dos produtores em geral e também das entidades e órgãos públicos e das pessoas que tenham conhecimentos e tenham interesse direto com a produção do leite”.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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