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28 de mar. de 2011

Projeto Balde Cheio discute alternativas para crescimento da pecuária leiteira em municípios paraibanos


Entidades de pecuaristas e criadores de municípios do Cariri Oriental estiveram reunidos com representações do Sebrae para discutir o Projeto Balde cheio que é uma criação da Embrapa Sudeste de São Carlos São Paulo e visa melhorar a forma de se fazer pecuária de leite em todo o país.
O evento aconteceu na última terça-feira dia 22 tendo como local a Câmara de Vereadores da cidade de Boqueirão e contou com o acompanhamento do Programa Domingo Rural que entrevistou diversas autoridades no assunto coordenador do Projeto em todo o Nordeste, Samer Rodrigues; assessor da Coapecal, Cooperativa Agropecuária do Cariri, Laudemiro Lopes de Figueiredo Filho, Miro; presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana, Paulo Medeiros Barreto e o prefeito de Soledade, Ivanildo Gouveia.
Samer Rodrigues disse que o Balde Cheio é um projeto criado no ano de 1998 pela Embrapa Pecuária Sudeste da cidade de São Carlos-SP que veio para a Paraíba no ano de 2005 quando se iniciou um trabalho entre Sebrae e entidades parceiras do território paraibano com a proposta de treinar técnicos enquanto difusor de tecnologias capacitando para levar informações para os produtores pecuaristas fazendo que eles façam uma gestão mais profissional do seu negócio enquanto pecuária leiteira e com isso consiga resultados satisfatórios na unidade rural. “Nacionalmente o projeto hoje só quatro estados da federação não aderiram ainda, são mais de 5 mil propriedades trabalhadas no projeto e aqui na Paraíba nós já estamos com 160 propriedades espalhadas pelo estado todo e agora com essa mobilização do Sebrae, banco, prefeituras aqui do Cariri, o Fórum do Cariri estão trazendo a discussão para poder se expandir na região do Cariri que é importante bacia leiteira e que estava sem ter acesso a informação que esse projeto se propõe  e qual a forma de ele se inserir, então agora estamos tendo uma conversa com os municípios com os demais parceiros para expandir por todo o Cariri esse projeto também”.
A Coapecal, Cooperativa Agropecuária é parceira no projeto e, segundo o assessor daquela cooperativa, Laudemiro Lopes de Figueiredo Filho, Miro, aquela empresa é parceira porque o projeto vem em sintonia com o principal objetivo da empresa que é trabalhar no sentido do desenvolvimento da bacia leiteira e uma das metas é fazer com que os produtores de leite consigam diminuir os custos de produção e possam obter resultados positivos na atividade pecuária. “É uma parceria, ninguém sozinho faz nada, o lema do cooperativismo na nossa filosofia é a união faz a força e então temos que unir todos os nossos parceiros Sebrae, associações de produtores, cooperativas, bancos, sindicatos, poderes públicos, prefeituras no sentido de desenvolver ações que a praga da cochonilha enquanto devastadora e que desde já vamos implementando ações no sentido de preparar o futuro porque com certeza a cochonilha está aí e é um dado e temos que enfrentar essa praga e para isso para obter resultados em pouco prazo é preciso de parceria”.
Todos os componentes visitaram a propriedade do pecuarista Evandi Gonçalves de Brito no município de Boqueirão onde conheceram a atividade daquele camponês que antes trabalhava com produção de verduras a partir do uso de venenos e produtos perigosos e que com a chegada do Balde Cheio, passou a desenvolver a pecuária leiteira dentro das normas estabelecidas pelo projeto. “O que eu mostrei aqui o trabalho que eu comecei aqui e eu vi que é possível você explorar o máximo e ter um bom êxito se você realmente acreditar que a sua atividade é uma atividade que possa te remunerar bem. Então eu trabalhava aqui com verdura com hortigranjeiros, mas como eu não podia trabalhar com veneno que eu tinha problema de alergia com os venenos, então eu mudei e vi a reportagem televisão Globo Rural na qual o pessoal fazia esse trabalho então eu decidi fazer também”, explica dizendo que tudo só foi possível a partir do acompanhamento técnico que vem sendo feito há oito meses.  Ele dividiu uma área em vinte piquetes com plantio de capim baseado na quantidade de animais que ele tem que pastam a cada dia num piquete diferente.
O prefeito da cidade de Soledade disse que o município não poupará esforços para executar o projeto juntos aos pecuaristas daquele município por entender ser um programa de mecanismos viáveis, tecnicamente correto, atende uma necessidade na geração de trabalho e renda na agricultura familiar dando condições de melhor produção e produtividade e representando mecanismo de viabilidade para a manutenção dos camponeses em suas atividades rurais. “Eu alimento que através desse programa a gente possa ter pelo menos aí 50% dos pequenos produtores, eu quero aqui dizer sem nenhuma precipitação que nós queremos chegar a 500 produtores, agora se vai chegar ou se não vai, vai depender muito dessa mobilização”, explica Gouveia ao dialogar com Domingo Rural.
O diretor presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana, Paulo Medeiros Barreto, participou do encontro e disse ser de interesse do movimento sindical dos trabalhadores rurais no sentido de colocar o produtor para produzir com qualidade e tornar a produção leiteira numa atividade economicamente viável e ambientalmente correta, levando em consideração a qualidade do produto a ser entregue ao mercado consumidor e garante que na lógica do projeto, municípios como Barra de Santana conseguirão ser auto-suficientes na cadeia produtiva do leite.  “Exatamente, porque como é que teríamos assistência técnica, você imagina como nós vamos dar assistência técnica em Barra de Santana por mais que nós tenha o técnico hoje competente de auto nível capacitado pra trabalhar na região de Barra de Santana e ele é um veterinário, tem conhecimento da realidade, você não tem como atingir Barra de Santana com suas 2.230 famílias aproximadamente e não tem como um técnico só dar assistência a essas famílias que lidam diretamente na agricultura”, explica Paulo Barreto dizendo que dentro da proposta do Balde Cheio a viabilidade do grupo organizado será uma realidade, mas lembrou que será preciso mais empenho por parte da prefeitura através da secretaria municipal de agricultura enquanto parceira na execução do projeto.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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